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-    Seu corpo era ligado a um olho d'água, lá no fundo do oceano, onde a água brotava livremente, límpida. 
 
- Era uma oscilação entre força e delicadeza. A força física da terra, junto com a delicadeza das bolhas de ág
 
 
ua que se formavam em ritmo ordenado,calmo e contínuo. 
- Ao lado, espalhavam-se jóias coloridas e moedas de ouro, daquelas bem gordas, como tesouro mesmo.
 
 
-    Seu corpo todo foi tomado por aquele tesouro, gotas d'ouro pingavam por todos os lados, experimentava uma sensação de relaxamento e beleza.  (Lembrou de filmes que via na infância, onde grupos de crianças perdidas achavam navios com tesouros esplendorosos, em paisagens incríveis brincavam, riam e mergulhavam em aguas claras vivendo aquilo com intenso prazer, e a menina, no sofá da sala maravilhada, querendo pular para dentro da televisão)
 
 
-    Foi parar num ritual sagrado a beira mar, onde a Rainha do Mar saudava os presente.
 
-  Todos estavam lá, pescadores e marinheiros, senhoras religiosas, crianças, pessoas que passavam despretensiosamente, entretanto estava tão entregue ao momento que era como se estivesse sozinha. Ela e o Universo. Inventava mantras em sua cabeça, juntava um pouco de tudo que já tinha aprendido, mesclando crenças, unificando-as em si.
 
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-   Jogava tudo que não lhe pertencia no mar, faxinava-se, habitava todos os cantos de seu ser e com um esfregão, tirava as cracas rebeldes que teimavam em se meter onde não haviam sido chamadas.
 
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-   A água salgada tinha o potencial de lavar lhe a alma.