quinta-feira, 23 de julho de 2009



Não parecia possível um simples fato leva-la a um lugar tão distante.


Numa fração de segundo presentificou história, seu corpo revirou inteirinho. Estava diante de um fenomeno que não dominava. Teve consciência na hora, porém não sabia o que fazer com aquilo, caminhava por terras aridas e remotas e ao mesmo tempo que engolia seco e contradizia-se para si mesma, sentia um certo encantamento com a grandeza e a beleza que tinha naquilo tudo que não consegui traduzir em palavra.


A vida (su)real passava lá fora, na janela daquele onibus que corria contra o tempo, num subúrbio qualquer. Fora, era um amontoado de imagens soltas a sua vista, sem significado, dentro, um turbilhão de conteúdos reviravam em seu corpo ,chacoalhava tudo. Havia o sentimento presente, fazia analogias infinitas, desenvolvia teorias, articulava ideias, lembrava de conversas importantes com amigas.


Se sentiu um veiculo de sensações. Mesmo sem aviso prévio emprestava seu corpo para que ele pudesse carregar essa bagagem milenar, com pesos variados, colorações e ritmos diverso. Era uma bagagem que crescia numa progressão geométrica. Conforme ia incluindo as tonalidades ela ia se constituindo num raio maior, com uma complexidade impalpável.


Seu corpo estava completamente contraído, e sua respiração quase não passava por aquele buraco na altura do estomago.


Acho que teve medo.



Um comentário:

Sabrina Nóbrega disse...

os trajetos desfiados, fotografias soltas... ainda bem que as amigas vão junto !