segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Ato
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A Rua, o Palco

quarta-feira, 21 de outubro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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- Seu corpo era ligado a um olho d'água, lá no fundo do oceano, onde a água brotava livremente, límpida.
- Era uma oscilação entre força e delicadeza. A força física da terra, junto com a delicadeza das bolhas de ág
ua que se formavam em ritmo ordenado,calmo e contínuo.
- Ao lado, espalhavam-se jóias coloridas e moedas de ouro, daquelas bem gordas, como tesouro mesmo.
- Seu corpo todo foi tomado por aquele tesouro, gotas d'ouro pingavam por todos os lados, experimentava uma sensação de relaxamento e beleza. (Lembrou de filmes que via na infância, onde grupos de crianças perdidas achavam navios com tesouros esplendorosos, em paisagens incríveis brincavam, riam e mergulhavam em aguas claras vivendo aquilo com intenso prazer, e a menina, no sofá da sala maravilhada, querendo pular para dentro da televisão)
- Foi parar num ritual sagrado a beira mar, onde a Rainha do Mar saudava os presente.
- Todos estavam lá, pescadores e marinheiros, senhoras religiosas, crianças, pessoas que passavam despretensiosamente, entretanto estava tão entregue ao momento que era como se estivesse sozinha. Ela e o Universo. Inventava mantras em sua cabeça, juntava um pouco de tudo que já tinha aprendido, mesclando crenças, unificando-as em si.
- Jogava tudo que não lhe pertencia no mar, faxinava-se, habitava todos os cantos de seu ser e com um esfregão, tirava as cracas rebeldes que teimavam em se meter onde não haviam sido chamadas.
- A água salgada tinha o potencial de lavar lhe a alma.
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domingo, 30 de agosto de 2009
MUDANÇA DE LENTE (ajuste de foco)

Era um momento de brotação, de florescimento. Tudo borbulhava dentro dela, pensamentos, sensações e visões se apresentavam descaradamente meio sem pedir permissão para chegar.
De uma forma clara?
Não, não, tudo ao mesmo tempo, muitas espécies eram plantadas concomitantemente, de diferentes formas.
Era uma crise de sentidos?
Acho que sim. Era um tempo a ser atravessado, uma confusão só.
Limbo?
Deve ser.
Sabia que precisava realizar rupturas, precisava desgarrar.
Mas como?
Entendia que era quase que uma dor do parto, mesmo que não tenha vivido um parto real, já havia parido blocos de concreto, placas tectônicas já haviam sido paridas outrora.
Buscava um encaixe dessas placas-quebra cabeça. Talvez ficasse lindo num quadro emoldurado, reconheceria como obra artística.
Era bonito?
De se ver sim, mas muito indigesto de se engolir, não queria mais carregar essas placas, na verdade nem era uma questão de escolha, seu corpo demostrou intolerância e expeliu.
Já dançava em outra batida, tinha um prazer, ainda meio sem forma.
Estava perdida?
É, um pouco. Sentia-se diferente, havia uma mudança de paradigma.
Estava sem a base anterior, apesar de a vida inteira ter entendido essa base como algo quase que abstrato, subjetivo, nada palpável, até disso estava se despedindo.
Prezava as escolhas, aconselhava as escolhas, mas tinha medo de escoar-se inteira.
A Agua estava turva.
Sentia que estava saindo do cantarolado ancestral, porém deste, sem se desgarrar.
A cena era:
Numa floresta bem verde, a mocinha pisava na terra molhada. Como num ritual, brincava com a textura da Terra, deslizava seus pés, cubria-os sentindo a temperatura fresca da Natureza. Ao fundo, ouvia a malemolência e força daquela cantiga épica e apreciava o cheiro do caldo nutritivo que havia lhe formado gente. Quando se deu conta, crescia um girassol por dentro de seu corpo, com um caule bastante robusto, entrelaçava-se por sua coluna e a cima de sua cabeça descortinava a flor, com imponencia singular.
domingo, 16 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Entrega
domingo, 2 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Não parecia possível um simples fato leva-la a um lugar tão distante.
Numa fração de segundo presentificou história, seu corpo revirou inteirinho. Estava diante de um fenomeno que não dominava. Teve consciência na hora, porém não sabia o que fazer com aquilo, caminhava por terras aridas e remotas e ao mesmo tempo que engolia seco e contradizia-se para si mesma, sentia um certo encantamento com a grandeza e a beleza que tinha naquilo tudo que não consegui traduzir em palavra.
A vida (su)real passava lá fora, na janela daquele onibus que corria contra o tempo, num subúrbio qualquer. Fora, era um amontoado de imagens soltas a sua vista, sem significado, dentro, um turbilhão de conteúdos reviravam em seu corpo ,chacoalhava tudo. Havia o sentimento presente, fazia analogias infinitas, desenvolvia teorias, articulava ideias, lembrava de conversas importantes com amigas.
Se sentiu um veiculo de sensações. Mesmo sem aviso prévio emprestava seu corpo para que ele pudesse carregar essa bagagem milenar, com pesos variados, colorações e ritmos diverso. Era uma bagagem que crescia numa progressão geométrica. Conforme ia incluindo as tonalidades ela ia se constituindo num raio maior, com uma complexidade impalpável.
Seu corpo estava completamente contraído, e sua respiração quase não passava por aquele buraco na altura do estomago.
Acho que teve medo.